sexta-feira, 29 de abril de 2011

O aquecimento do mercado imobiliário e a questão da “bolha”

Fonte: Para construir

by dionyzio on 25/04/2010

Neste final de semana, dia 25 de abril, os dois maiores jornais de SP deram destaque ao forte aumento de vendas de imóveis novos no mercado paulista, 80% em um ano, e a conseqüente repercussão na elevação dos preços.
A economista Ana Maria Castelo, economista e coordenadora de projetos da FGV/IBRE comenta no Estadão, “Em fevereiro, os números da construção, e em especial os da área imobiliária, foram excepcionais. A cidade de São Paulo é um bom exemplo desse momento que vive o setor: o número de lançamentos foi 36% superior ao do mesmo mês de 2009. As vendas de imóveis cresceram 84% na mesma comparação. Como em 2009 o País vivia os reflexos da crise, que derrubou as vendas de imóveis, a comparação com os números do ano passado fica prejudicada. No entanto, as vendas foram as melhores desde 2004, quando a pesquisa passou a ser realizada pela atual metodologia.Não há dúvida de que este será um ano de forte crescimento para a atividade imobiliária, e não apenas em São Paulo. Os números do emprego gerado pelas construtoras em todo o País vêm batendo todos os recordes: em fevereiro, havia mais de 1 milhão de trabalhadores em atividade, um aumento de 13% na comparação com 2008.”
Dentre as principais razões, enumera a economista, “O crescimento expressivo dos primeiros meses de 2010 confirma a recuperação do investimento habitacional no País. os avanços institucionais recentes que garantiram um ambiente de maior segurança ao investidor e o crescimento da renda das famílias. A contrapartida tem sido o aumento do crédito imobiliário em condições muito mais favoráveis que até o início dos anos 2000. Assim, construtor e comprador de imóvel puderam ver o salto do volume de crédito imobiliário, que aumentou mais de dez vezes, de pouco mais de R$ 5 bilhões em 2002 para R$ 57 bilhões em 2009. E em 2010 esses números serão superados novamente.”
Mas então surge a questão. Aí vem uma bolha? A economista pondera; “Com a velocidade dessa recuperação surgiram receios de que o País possa estar vivendo também uma bolha imobiliária… É verdade que o País não dispõe ainda de indicadores confiáveis da evolução dos preços de imóveis. Porém, sabe-se que o grau de regulação do financiamento imobiliário do País é muito maior. Se assim não fosse, os agentes financeiros teriam sofrido reflexos da crise global.”
Na Folha, a opinião da professora de economia do Insper; “O que está ocorrendo com o setor imobiliário no Brasil é reflexo do aquecimento do mercado doméstico, consequência do aumento do crédito e do crescimento do país. Uma bolha se justificaria apenas se houvesse um aumento irracional do preço dos ativos.” “Nos Estados Unidos, antes de estourar a bolha imobiliária, aconteceu um aumento na inadimplência em 2006, sinalizando que os bancos deveriam parar de emprestar, o que foi ignorado pelas instituições”,a matéria informa que no Brasil “O índice do consumidor recuou 6,7% no primeiro trimestre na comparação com o mesmo período no ano passado, segundo a Serasa Experian. A redução é a maior contabilizada nos três primeiros meses do ano desde o início da série histórica, em 2000”.
O economista da Folha, Vinicius Torres Freire, em sua coluna diária do dia 20 de abril último,enumera uma série pontos e em seguida os desconstrói , indicando que em sua opinião falar em bolha neste momento ainda é prematuro, a íntegra do artigo pode ser lida ao término deste texto.
Quanto ao aumento de preços dos imóveis, parece que a tendência é irreversível e de certa forma natural. Segundo Cyro Naufel Filho, diretor de atendimento da Lopes, na Folha “Os custos para as construtoras estão subindo, principalmente por causa dos terrenos, que estão cada vez mais escassos”.
Vamos continuar apreciando então… mas com moderação.

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